quarta-feira, 20 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em Jerusalém, Padeceu vai até à rua que Gabriela mendiga, para encontrá-la.
Padeceu: Boa tarde, senhora Gabriela! Eu vim para o encontro que a senhora marcou.
Gabriela: Mas, eu marquei para encontrar comigo, foi com o Marcelo, não com o senhor Padeceu!
Padeceu: Eu vim no lugar dele!
Gabriela: O senhor veio no lugar dele? Ele mandou o senhor fazer isso?
Padeceu: Não, mas a senhora não percebeu até hoje, que eu quero ficar perto da senhora para tentarmos sermos amigos?!
Gabriela: Então, quer dizer, que o senhor ficou sabendo que eu tinha marcado um encontro com o Marcelo, e se aproveitou disso e veio no lugar dele, mas sem ele saber?
Padeceu: Eu só quero conversar com a senhora, de fazer o papel de seu amigo nas nossas conversas.
Gabriela: Tá bom, como seria sua conversa de amigo comigo?
Padeceu: Eu queria saber como anda a sua vida, se a senhora continua ganhando dinheiro daquele jeito?
Gabriela: A minha vida continua como sempre foi, como o senhor já sabe!

Anoitece em São João D' Acre. Na prisão, numa mesma cela, estão Isabela, Maria e Felipe presos.
Isabela: Será o quê que vai acontecer com a gente?
Maria: Pode pensar no pior, Isabela! Esses católicos são muito ruins, eles querem exterminar todos os muçulmanos desse mundo!
Isabela: Será que eles irão prender o Rodrigo também? Falando nele, eu estou morrendo de saudades dele, nesse tempo que eu estava na casa da Ana junto com ele, não deu nem para a gente se relacionar muito, só antes do meu pai chegar a minha procura na casa, porque depois, o meu pai não deixou eu me relacionar mais com o Rodrigo.
Felipe: Não deixei e nem deixo, ainda mais, agora que nós estamos presos nessa prisão, correndo o risco de morrermos enforcados na rua dessa cidade para todo mundo ver, isso tudo por causa desses católicos! E é claro que o Rodrigo não irá ser preso, Isabela, ele é muito poderoso, e aqui, não se pode prender católicos que são poderosos!
Maria: Por isso que eu falo, um dia eu serei rica!

Em Jerusalém, Marcelo está trabalhando em seu comércio, chega Gabriela que começa a conversar com ele.
Marcelo: Bom dia, senhora Gabriela!
Gabriela: Bom dia! Por que o senhor não foi ontem ao encontro que eu tinha marcado com o senhor?
Marcelo: Eu estava muito ocupado aqui no meu trabalho.
Gabriela: Sabia quem foi no seu lugar? O senhor Padeceu.
Marcelo: Eu sei que ele também gosta da senhora um pouco, mas eu sei também que a senhora já reservou os seus sentimentos e a sua boca para mim.
Gabriela: O senhor acertou em cheio!
Marcelo: Me dá um beijo, agora que ninguém está olhando!
Os dois se beijam na boca.

Em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Isabela começa a conversar chorando com Maria e com o seu pai, Felipe.
Isabela: Gente, agora que nós estamos nessa prisão, sem chance alguma de liberdade e com a certeza de que iremos morrer, eu estou pensando em cumprir esse meu destino mais rápido, que é o de morrer. Eu estou pensando em não esperar me matarem na rua para todo mundo ver, e sim, em eu mesma me matar.

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

terça-feira, 19 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, na igreja, na sala do bispo, bispo Sebastião conversa com padre Roberto.
Bispo Sebastião: Eu vou contar para o senhor, padre, um dos motivos que estão me influenciando para renunciar ao meu cargo. Eu tenho que contar isso para o senhor, pois eu confio no senhor, e eu preciso desabafar, se não, isso irá me sufocar. Eu acho que eu estou me apaixonando por uma mulher.
Padre Roberto: Eu não acredito, bispo, que até o senhor se deixou levar por uma mulher!
Bispo Sebastião: Eu não sou de ferro, padre Roberto!
Padre Roberto: O senhor a conheceu aqui na igreja?
Bispo Sebastião: Sim, ela é muito religiosa!
Padre Roberto: Mas o senhor sabe se ela é casada?
Bispo Sebastião: Ela não é casada, eu fiquei sabendo. Eu até já conversei com ela que eu estou apaixonado por ela, e nós combinamos que depois que eu renunciar, nós vamos comemorar na casa dela como se fosse uma festa a minha renúncia.

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, na sala, Sueli e Pedro conversam.
Sueli: É filho, agora nós estamos sozinhos aqui nessa casa!
Pedro: Mãe, a senhora tem que sentir culpada um pouco! A senhora sempre falou que o meu pai, não era um homem de fibra, e sim, uma lesma, que a senhora se arrependeu de ter se casado com ele, e não ter se casado com um homem rico e poderoso como o José foi para essa cidade. A senhora sempre também reclamou dele não querer ir para a guerra contra os muçulmanos, que a igreja chama de peregrinação para o pagamento dos pecados, e por isso, ter que apelar para os seus filhos obedecer essa norma da igreja.
Sueli: É, mas o senhor não sabe o que eu estou passando! Quando eu vou na feira, todo mundo fica comentando sobre mim, fica olhando de um jeito diferente para mim. Na igreja, os padres já não me tratam como eu mereço por ser pobre, agora, eles me tratam pior ainda, e os fiéis, nenhum deles estão conversando mais comigo, só olhando para mim com indiferença.

Numa pensão da cidade, em seu quarto, Regino pensa na Sueli.
Regino: Mesmo depois de tudo que ela me fez, eu ainda penso na Sueli. Por que meu Deus, eu sou tão bobo assim? Eu acho que nesse ponto a Sueli tem razão, eu sou uma lesma, principalmente sobre sentimentos. Mas, com certeza, Deus irá me ajudar a esquecer a Sueli, e me fará se apaixonar por uma mulher que eu mereça.

Em Jerusalém, no acampamento dos católicos, em uma barraca, Lúcio e Mateus conversam.
Lúcio: Senhor Mateus, meu amigo, eu tenho tanta inveja do senhor!
Mateus: Por que? Eu nem sou rico para o senhor ter inveja de mim!
Lúcio: É, mas para arranjar uma mulher para eu me relacionar, eu precisei do senhor, enquanto o senhor nem precisou de ninguém, já foi conquistando a Gabriela sozinho, e agora eu estou querendo dividi-la com o senhor. Não está muito certo isso!
Mateus: Para mim, está certo sim, nós somos amigos, Lúcio! E o senhor precisou da minha ajuda, porque o senhor ainda estava pensando ou ainda pensa muito na Olívia, que era a mulher que o senhor se relacionava antes de vir para cá para a guerra, por isso que o senhor precisou de mim.

Amanhece em São João D' Acre. Na rua, Olívia está indo até à feira, quando Sueli a interrompe.
Sueli: Bom dia, senhora Olívia! Que estranho, olhando para a sua barriga, a senhora não está parecendo que está grávida.
Olívia: Grávida, eu? De onde a senhora tirou essa loucura ou será mais um veneno seu para mim?
Sueli: Foi a Ana que saiu comentando isso hoje. E o pior, ela falou que o pai do filho que a senhora está esperando é do falecido marido dela, o Paulo. Ela falou que foi chifrada pela a senhora! É verdade?
Olívia: Óbvio que não, ela inventou isso, porque ela não gosta de mim, pois ela tinha ciúmes do marido dela ter contratado uma mulher para trabalhar nos comércios dele, que fui eu, enquanto antes só tinha homens trabalhando. Mas, agora, eu tenho que ir para a feira, para comprar verduras, e eu nem estou me importando pelo os que outros estão falando de mim!

Na mata da cidade, Odete vê Pedro chegar à cavalo ao local que ela está.
Odete: Até que enfim o senhor chegou, pensei que o senhor não viria mais, estava morrendo de saudades de te ver!
Pedro: Mas tem pouco tempo que eu vim aqui.
Odete: Mas eu não aguento ficar longe do senhor nem um pouquinho!
Os dois se beijam na boca.
Pedro: Odete, a senhora não sabe da última! O meu pai saiu de casa.
Odete: Por que? Os seus pais terminaram o relacionamento deles?
Pedro: O meu pai que terminou, ele falou para a minha mãe que o casamento deles não estava como antes há muito tempo, estava se desgastando, só estava servindo como fachada para os dois diante da cidade.

Na igreja, na sala do bispo, padre Roberto conversa com bispo Sebastião.
Padre Roberto: Bispo, eu estava pensando que a igreja poderia fazer alguma festa que reunisse ricos e pobres, todos juntos.
Bispo Sebastião: Mas para quê? O senhor nunca quis que festa como essas, que reunissem pobres e ricos juntos, acontecessem.
Padre Roberto: Mas é que os pobres estão nos cobrando mais união dos católicos, e isso, engloba a união de todos os católicos.
Bispo Sebastião: Nós temos que pensar em outras coisas, padre! Não nessas besteiras!

Padre Ricardo vai até à casa de Ana e Paulo interrompendo o almoço deles. Na sala, padre Ricardo, Paulo e Ana conversam.
Padre Ricardo: Eu vim aqui para revistar a casa dos senhores toda, pois a denúncia que eu recebi também relatou que os senhores estão escondendo os muçulmanos nos quartos de hóspedes ou nos quartos do interior da casa. Por favor, me levem até esses locais para eu averiguar.
Ana: Não, padre, não irá ser necessário! O senhor não confia em nós?
Padre Ricardo: Sinceramente, não!
Depois de ir no quarto de hóspedes e nos quartos do interior da casa, de volta à sala, padre Ricardo conclui que não há muçulmanos naquela casa.
Padre Ricardo: Depois de ter averiguado os quartos, eu percebo que não há muçulmanos aqui!
Ana: Eu falei para o senhor confiar em mim e no Paulo!
Padre Ricardo: Espera aí, quando eu cheguei aqui, os senhores estavam almoçando, e eu não fui à cozinha, talvez eles estão lá.
Chegando na cozinha, padre Ricardo encontra o que estava procurando, os muçulmanos. Ele vê Isabela, Felipe e Maria almoçando.
Padre Ricardo: Encontrei o que eu estava procurando!
Felipe, Maria e Isabela se levantam e tentam fazer alguma reação de fuga, mas padre Ricardo os interrompe mandando os seus guardas os prenderem.
Padre Ricardo: Guardas, prendem esses pagãos, e levem-os para a prisão que é o lugar deles!
Felipe: Me solte, seu padre cafajeste! Os católicos ainda irão pagar por tudo o que estão fazendo com os muçulmanos!
Padre Ricardo: Cale a boca, seu muçulmano desgraçado! E enquanto aos senhores, Ana, Paulo e ao Rodrigo também, ele não está aqui, mas eu sei que ele mora aqui e por isso ele também deve ter ajudado a esconder esses muçulmanos. Eu não irei prender os senhores, por serem uma família poderosa, tradicional e respeitada dessa cidade, por isso, eu também não irei deixar isso repercutir na cidade, eu falarei que esses muçulmanos foram capturados enquanto eles estavam vindo para cá. Mas, se os senhores cometerem essa falha de novo, eu terei que tomar medidas drásticas, como por exemplo, a prisão. Mas, como penitência para os senhores se redimirem à Deus, por causa dessa falha gravíssima, terão que aumentar o valor das doações que os senhores doam para à igreja. Agora, eu vou embora junto com os guardas para levar esses pagãos para à prisão. Boa tarde para os senhores, e não se esqueçam da penitência!

Na igreja, padre Reginaldo e Neusa conversam.
Padre Reginaldo: Olhando para a senhora, eu percebo que tudo que eu preciso para ser feliz na minha vida, eu já tenho aqui.
Neusa: Não fala essas coisas aqui na igreja, aqui é a casa de Deus!
Padre Reginaldo: Não tem importância, ele já sabe que eu gosto da senhora, em qualquer lugar!
Neusa: Então, fala baixo, algum padre ou algum fiel pode escutar!
Padre Reginaldo: A minha vontade é de te beijar aqui!
Neusa: Pelo menos, o senhor poderia parar com as suas bobeiras!

Em Jerusalém, Padeceu vai até à rua que Gabriela mendiga, para encontrá-la.
Padeceu: Boa tarde, senhora Gabriela! Eu vim para o encontro que a senhora marcou.
Gabriela: Mas, eu marquei para encontrar comigo, foi com o Marcelo, não com o senhor Padeceu!
Padeceu: Eu vim no lugar dele!

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

terça-feira, 12 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, padre Reginaldo leva Neusa até à igreja, quando chega na porta da igreja, Neusa interrompe o andar do padre.
Neusa: Para onde o senhor está me levando e para fazer o quê?
Padre Reginaldo: A senhora falou para eu renunciar por causa do meu amor, e eu irei fazer isso que a senhora falou para mim.
Neusa: Mas, quando eu falei, eu acho que eu não estava pensando bem nas consequências que pode acontecer com o senhor e comigo também diante dessa sua decisão.
Padre Reginaldo: Eu não estou mais me importando com as consequências!
Neusa: Mas eu mudei de ideia, se o senhor me ama, o senhor não irá renunciar o seu cargo de padre.
Padre Reginaldo: Tudo bem, o que eu irei fazer, é adiar essa decisão para outro dia, por causa que a senhora está me pedindo, mas eu estou decidido a renunciar.

Na casa de Regina, na cozinha, Regina, padre Ricardo e a empregada com o filho de Regina em seu colo almoçam.
Regina: Padre Ricardo, eles conseguiram enganar o senhor! A Ana e o Paulo estão escondendo sim, três muçulmanos na casa deles. O senhor deve que não achou eles, porque deve que eles estavam escondidos no quarto de hóspedes ou em algum outro quarto da casa. O senhor olhou dentro da casa?
Padre Ricardo: Não, eu só fiquei na sala, e confiei na palavra deles de que eles não estavam escondendo muçulmano nenhum na casa deles.
Regina: Pois, eles estão sim, eu vi! O senhor pode voltar lá de novo, mas de surpresa, sem avisar que vai visitá-los, e exige olhar dentro da casa, no interior dela e no quarto de hóspedes.
Padre Ricardo: E pode ficar despreocupada, eu não contei para eles que foi a senhora que os denunciou.

Em casa, em seu quarto, Ana com a sua filha Manuela em seu colo conversa com a Isabela.
Ana: Isabela, a minha filha não é bonita?
Isabela: Bonita igual a mãe!
Ana: Tomara que ela tenha a sorte de ter a minha presença junto com ela por muito tempo.
Isabela: Por que?
Ana: Eu perdi a minha mãe há pouco tempo, de uma forma trágica. Ela foi encontrada morta, suspeita de assassinato. Eu acredito, aliás, eu tenho certeza, que foi algum católico que matou ela, pois ela era muçulmana, e todo mundo daqui sabia que ela era muçulmana, pois ela foi casada com o meu pai, que era um homem muito importante para a cidade. E até hoje, eu não me conformo com a morte dela, eu tenho até hoje sede de vingança.
Isabela: Mas, com certeza, essa situação não se repetirá com a sua filha!

Na igreja, na sala do bispo, bispo Sebastião conversa com padre Roberto.
Bispo Sebastião: Eu vou contar para o senhor, padre, um dos motivos que estão me influenciando para renunciar ao meu cargo. Eu tenho que contar isso para o senhor, pois eu confio no senhor, e eu preciso desabafar, se não, isso irá me sufocar. Eu acho que eu estou me apaixonando por uma mulher.

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

segunda-feira, 11 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, na casa de Neusa, depois de beijarem muito, Neusa faz uma pergunta para o padre.
Neusa: Agora eu sei, que nós não podemos ficar separados um do outro. E que o senhor hoje, demonstrou que também gosta de mim, por isso, já está na hora do senhor renunciar o seu cargo por minha causa.
Padre Reginaldo: O quê? À senhora está louca, como é que eu vou me renunciar?
Neusa: Renunciando, oras!
Padre Reginaldo: Mas não é tão simples assim como à senhora imagina!
Neusa: Se for por amor, é simples sim!
Padre Reginaldo: O problema é que isso, envolve a igreja toda! Se eu me renunciar por causa de uma mulher, o povo quando eu passar na rua, eles irão querer me linchar.
Neusa: O senhor está é se acovardando!

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, na sala, Ana e Paulo recebem a visita do padre Ricardo.
Padre Ricardo: Senhores Ana e Paulo, eu recebi uma denúncia, denunciando que os senhores estão acolhendo muçulmanos nesta casa.
Ana: Não, padre, nós nunca faríamos isso!
Paulo: Verdade, padre!
Padre Ricardo: Tudo bem, eu irei ignorar essa denúncia, porque pessoas influentes assim na nossa cidade, eu não posso e nem quero ficar desconfiando delas, mas não pensem que eu não estou de olho nos senhores!

No quarto de Rodrigo, Ana e Rodrigo conversam sobre quem fez a denúncia para o padre Ricardo.
Ana: Alguém denunciou a gente, Rodrigo, mas quem foi? A única pessoa, além de nós, que sabe que a Isabela, Maria e Felipe estão aqui, é a Regina, mas a Regina não tem nenhum motivo de denunciar-nos.
Rodrigo: Eu não sei quem possa ter feito isso, só se for algum empregado daqui!

Na casa de Ana e Paulo, no quarto de hóspedes, deitados cada um na sua respectiva cama, com a intenção de dormirem, Maria, Isabela e Felipe conversam.
Maria: Isabela, a senhora tem uma sorte, de ter esse Rodrigo ao seu lado, eu fico me imaginado no seu lugar.
Felipe: Olha, eu já não concordo muito com o relacionamento da Isabela com esse Rodrigo, e as senhoras já estão pensando em voltar a disputá-lo?
Isabela: Pai, eu nem estou me relacionando com ele, pois o senhor não deixa, nós só estamos apenas sendo bons amigos.
Maria: À senhora pensa que nos engana, pelos menos, a mim a senhora não me engana!

Amanhece em Jerusalém. Na casa de Marcelo, na sala, Marcelo e Padeceu estavam se preparando para ir trabalhar, quando eles começam a conversar.
Marcelo: Sabe, senhor Padeceu, antes de vir para cá, eu e o meu filho morávamos numa cidade muito pequena, e por isso, parecia até deserta, lá eu e ele tivemos alguns relacionamentos que nos desestruturaram.
Padeceu: Aposto que é por causa que os senhores se apaixonaram pela a mulher com a qual os senhores estavam se relacionando, e depois, elas os largaram, e ainda pior, trocou os senhores por outro.
Marcelo: Por isso, que eu não gosto de conversar com o senhor, o senhor sempre acerta o que eu iria falar. Agora, chega de conversa, e vamos trabalhar!
Padeceu: Vamos começar, enfim, o nosso dia!

Na rua, Gabriela está esperando Marcelo procurá-la. Um mendigo, seu amigo, vem até ela, e fala:
Mendigo: Gabriela, à senhora está esperando por alguém?
Gabriela: Sim, eu estou esperando pelo o Marcelo, ele combinou comigo que viria aqui, para escutar o que eu tenho pra falar para ele.
Mendigo: E o que é?
Gabriela: Ainda é surpresa!

Em São João D' Acre, padre Reginaldo leva Neusa até à igreja, quando chega na porta da igreja, Neusa interrompe o andar do padre.
Neusa: Para onde o senhor está me levando e para fazer o quê?

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

terça-feira, 5 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, na casa de Regina, na sala, Regina e padre Ricardo conversam.
Padre Ricardo: Eu sei que a sua situação está difícil, e que à senhora mostra só por aparências que está confortavelmente economicamente, por isso, eu irei ajudar sim, à senhora sair dessa insegurança economicamente.
Regina: O senhor como sempre é um anjo para mim!
Padre Ricardo: O que à senhora precisar de mim, eu estou à disposição.
Regina: Mas o senhor está mais disponível para mim ou para a igreja?
Padre Ricardo: Para as duas, mas nesse momento eu estou mais para à senhora.

Anoitece em São João D`Acre. Na sala de sua casa, Sueli vê Regino saindo de casa segurando uma mala.
Sueli: O que é isso, Regino?
Regino: Sueli, o nosso casamento já acabou há muito tempo! Eu estou indo embora de casa por esse motivo!
Sueli: Mas se for assim, quem tem que ir embora sou eu, pois o homem que manda na casa!
Regino: Mas à senhora não tem dinheiro para arranjar um lugar para ficar, pois eu tenho. Por isso, que eu estou saindo de casa, porque eu não sou igual aos outros homens dessa cidade, eu tenho compaixão pela mulher que eu sou casado.
Sueli: Não, Regino, por favor, não vá embora! Eu farei o possível para o nosso casamento melhorar.
Regino: À senhora já falou isso antes, mas não cumpriu com a sua palavra.
Regino depois disso, se retira de casa.
Sueli chorando grita:
Sueli: Não, Regino, por favor, volta para casa!

Em Jerusalém, na rua, Mateus está levando Lúcio até a rua onde Gabriela mendiga.
Mateus: Chegamos, Lúcio! Gabriela, é aquela ali!
Apontando para à Gabriela, Mateus a mostra para Lúcio.
Lúcio: Nossa, mas ela é muito bonita!
Mateus: Eu sabia que o senhor iria gostar dela! Mas eu não sei, se eu vou dividir ela com o senhor.
Lúcio: Vai sim, nós somos amigos!
Mateus: Pode deixar, eu vou a dividir com o senhor sim!

Em São João D' Acre, em casa, Pedro ia se retirando, quando sua mãe chega e o interroga pelo o motivo dele estar saindo de casa.
Sueli: Pedro, onde o senhor está indo a essa hora?
Pedro: Eu estou indo na rua.
Sueli: Nessa escuridão? O senhor acha que as ruas são iluminadas?
Pedro: Tá bom, mãe, eu não vou sair para lugar nenhum! Vou voltar para o meu quarto, e irei dormir.

Amanhece em São João D' Acre. Voltando da feira para sua casa, Olívia vê Pedro, e começa a conversar com ele.
Olívia: Como vai, senhor Pedro? Quanto tempo, não é?
Pedro: Verdade! E como à senhora vai?
Olívia: Eu estou precisando desabafar com alguém, e eu confio no senhor. O senhor podia passar na minha casa qualquer dia desses, para nós conversamos.
Pedro: Tudo bem! Passarei sim!
Olívia: Agora eu tenho que ir. Até mais ver!

Na mata da cidade, Odete e Pedro conversam.
Odete: Hoje, o senhor caprichou no café da manhã!
Pedro: Claro, porque é para a minha pagã preferida!
Odete: Eu não sou pagã, eles que acham que eu sou, só porque eu não vou a igreja, eu não professo a minha fé diretamente.
Pedro: Eles são todos uns bandos de loucos, de acharem o meu amor uma pagã!
Odete: O senhor não cansa de vir aqui todo dia, para me trazer café da manhã não?
Pedro: Claro que sim, mas a senhora impulsiona a minha energia!

Na igreja, padre Roberto e padre Ricardo conversam.
Padre Roberto: Padre, o senhor já se apaixonou?
Padre Ricardo: Eu, não!
Padre Roberto: Pois, eu já! Mas, eu me apaixonei quando eu ainda era adolescente, tinha me apaixonado por uma menina muito bonita. Hoje, eu penso em me apaixonar também. Sabia que é fácil? Principalmente por essas mulheres pobres, elas se iludem com a gente rapidamente. O senhor entendeu o que eu quis dizer, não é?
Padre Ricardo: Claro que sim! E como eu entendi!

Em sua casa, na cozinha, Neusa almoça com padre Reginaldo.
Padre Reginaldo: Muito obrigado pela a senhora ter deixado eu almoçar na sua casa!
Neusa: Eu só deixei o senhor almoçar aqui, porque o senhor falou que queria conversar aquele assunto de me pedir desculpas por tudo o que o senhor já fez comigo.
Padre Reginaldo: E qual a sua resposta? A senhora me perdoa?
Neusa: Com esse gesto que eu irei fazer agora, o senhor saberá se eu lhe perdoei.
Neusa beija na boca de padre Reginaldo.

Na igreja, em sua sala, bispo Sebastião conversa com padre Roberto e com o padre Ricardo.
Bispo Sebastião: Padres, como eu disse para o padre Roberto há alguns dias atrás, eu estou decidido a largar esse cargo, só não sei o momento certo. Por isso, eu quero pedir a opinião dos senhores. Qual o momento que os senhores acham adequado para eu me renunciar?
Padre Roberto: Eu acho melhor depois dessa turbulência dos muçulmanos estarem avançando para aqui, São João D' Acre. Esse é um momento muito delicado para a nossa cidade, os guardas já falaram que muitos muçulmanos já conseguiram entrar aqui.
Padre Ricardo: Por isso, nós achamos melhor o senhor resistir até este momento de turbulência que a nossa igreja está passando aqui em São João D' Acre, com os planos idealizados dos muçulmanos de atacar essa cidade que é uma das principais cidades católicas atualmente, passarem.

Em Jerusalém, no comércio de Padeceu, Gabriela chega ao comércio.
Padeceu: Boa tarde, senhora Gabriela! O que à senhora deseja?
Gabriela: Eu não desejo nada, pois dinheiro o senhor sabe que eu não tenho. Eu procurei o Marcelo no comércio dele, e está outra pessoa trabalhando lá, eu perguntei para essa pessoa, e ela não soube me responder onde ele está. O senhor sabe onde ele está?
Padeceu: Não, mas eu estou aqui, senhora Gabriela!
Gabriela: Como assim?
Padeceu: À senhora não está procurando ele para aquelas coisas, não?
Gabriela: Deixa de ser bobo, senhor Padeceu! Eu vou até embora daqui, pois o senhor me constrangeu!
Gabriela se retira do local.
Padeceu: Agora sim, ela ficou com raiva de mim, mas não foi minha intenção de constrangê-la, eu só estava tentando alguma chance com ela.

Em São João D' Acre, na casa de Neusa, depois de beijarem muito, Neusa faz uma pergunta para o padre.
Neusa: Agora eu sei, que nós não podemos ficar separados um do outro. E que o senhor hoje, demostrou que também gosta de mim, por isso, já está na hora do senhor renunciar o seu cargo por minha causa.
Padre Reginaldo: O quê?

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.