segunda-feira, 8 de julho de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em casa, na sala, Rodrigo comenta com à Ana.
Rodrigo: E agora, Ana, como é que eu vou salvar à Isabela dessa situação?
Ana: Não sei, irmão, mas alguma coisa o senhor terá que fazer, se não, o senhor poderá perder a sua amada!
Rodrigo: Eu sei, mas o difícil é isso, o que eu poderei fazer para salvar ela e os seus familiares?
Ana: Agora eu estou me lembrando de uma coisa! À Odete, aquela mulher que os padres chamam ela de bruxa, por acharem que ela é a causadora das doenças que atinge a nossa cidade e que eles chamam de praga. Ela quando foi presa, depois de um tempo, vieram uns muçulmanos comandados pelo Pedro, filho da Sueli, e invadiram a prisão, lutaram com os guardas e conseguiram libertar a Odete. As pessoas acham que o Pedro comandou isso tudo, porque ele é simpatizante e gosta da Odete. Rodrigo, por que o senhor não tenta fazer o que o Pedro fez para libertar à Odete?
Rodrigo: Isso é muito arriscado, eu vou pensar, a minha cabeça está muito confusa!
Ana: Mas, agora, vamos para o meu quarto para ver a minha filha?
Rodrigo: Vamos, eu estou ansioso para ver como está a minha sobrinha!

Sueli vai até à pensão (onde estão hospedadas pessoas que não tem uma casa para morar) em que Regino está hospedado. Ao encontrar o quarto em que ele está residindo, ela bate na porta do quarto, e é recepcionada por Regino que estava almoçando.
Regino: Boa tarde, Sueli!
Sueli: Boa tarde, Regino!
Regino: Entre, por favor!
Sueli entra no quarto de Regino.
Sueli: Eu vim aqui, para perguntar ao senhor, se o senhor continuará com essa pirraça boba de mim, querendo manter o nosso relacionamento separado?
Regino: A senhora começou a sentir a minha falta?
Sueli: Regino, por favor, volta para casa, eu estou passando a maior vergonha quando eu vou à feira, à rua e à igreja, todo mundo me olha agora distorcido por causa que nós estamos separados. Eu acho que eles estão desconfiando que o motivo da nossa separação é por causa de uma traição, e as pessoas devem achar que fui eu que te trai, porque as pessoas sempre culpam as mulheres nessa história.
Regino: Então, quer dizer, que a senhora não quer voltar para mim não é por causa da saudade que eu pensei que a senhora já estava sentindo por mim, mas sim, porque está envergonhada dos comentários que as pessoas estão fazendo da senhora?
Sueli: Também não é assim, Regino! Eu estou sentindo muito a sua falta também!
Regino: Pode ficar despreocupada, que eu irei lá na igreja e conversarei com os padres explicando que eu que quis me separar da senhora.
Sueli: Mas, o senhor não vai voltar para casa não?
Regino: Não, porque eu descobri o principal motivo da senhora querer que eu volte para casa, que não tem nada a ver, com saudade que eu esperava que fosse isso o principal da senhora querer a minha volta!

Em Jerusalém, na rua, Lúcio e Mateus estavam guerreando, mas agora eles estão conversando, a espera de novo chamado para guerrearem.
Lúcio: Mateus, o senhor me apresentará mesmo a mulher que o senhor falou que me apresentaria?
Mateus: Eu falei que iria apresentar, então eu vou te apresentar mesmo!
Lúcio: Ela é muito bonita? Eu estou perguntando isso, porque essa mulher tem que me fazer esquecer a Olívia!
Mateus: Ela não é bonita, ela é linda!
Lúcio: Então, eu me interessei!
Mateus: O problema, é que ela é mendiga, vive nas ruas, e por isso, ela ganha alguns trocados se relacionando com vários homens.
Lúcio: Eu nem estou importando com isso, eu quero mesmo é só me divertir! Mas, ela é muçulmana?
Mateus: Sim!
Lúcio: Agora, que eu quero me divertir com ela mesmo!

Em São João D' Acre, Pedro está trabalhando no comércio de variedades de utensílios de seu pai. Sueli chega no comércio, e ele vai atendê-la.
Pedro: Mãe, a senhora por aqui?
Sueli: Eu, sim! Eu estou aqui, porque eu me lembrei de um assunto que eu estava esquecendo com a separação minha e de seu pai.
Pedro: O quê?
Sueli: Pedro, quem sustentava nós era o seu pai com esse comércio, que é a única coisa que nos ajuda a sobreviver. Mas, agora que ele se separou de mim, ele vai continuar nos sustentando com o comércio dele?
Pedro: A senhora esqueceu que eu também trabalho aqui? Eu posso nos sustentar!
Sueli: Mas, só o seu dinheiro é pouco! O seu pai se casou comigo, por isso, mesmo separado, ele tem que continuar ajudar a sustentar a nossa casa!
Pedro: Mãe, eu não sei se ele irá continuar a sustentar a nossa casa, eu só sei, que eu continuarei ajudar a nos sustentar. À senhora tem que conversar esse assunto é com ele!

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, em seu quarto, Olívia ouve alguém bater na porta de entrada de sua casa, ela vai até à sala atender essa pessoa. Ela abre a porta, e vê padre Roberto.
Olívia: Boa noite, padre! Sua benção!
Padre Roberto: Boa noite, senhora Olívia!
Olívia: Entre, vamos nos sentar para conversar aqui na sala.
Na sala, eles se sentam.
Padre Roberto: Senhora Olívia, eu vim investigar a acusação que a senhora Ana fez contra a senhora hoje naquela confusão perto da prisão. É verdade o que ela falou, que a senhora se relacionou com o falecido marido dela, quando ainda eles estavam casados?
Olívia: Padre, eu estou muito envergonhada com esse assunto! Aquela mulher não gosta de mim, e ela é doida!
Padre Roberto: Senhora Olívia, não finja de desinteressada!
Olívia: Tá bom, o que eu vou dizer, eu direi muito envergonhada, mas é verdade sim, eu me relacionei com ele quando ele estava casado com a senhora Ana.
Padre Roberto: A senhora cometeu um erro gravíssimo contra à igreja, mas fez certo ao admitir o seu erro. Mas, terei que te dar uma penitência para o seu pecado ser perdoado diante de Deus. Além das doações normais que a senhora doa à igreja, a senhora terá que aumentar esse valor, ou melhor, duplicar esse valor, e além disso, a senhora vai ter que fazer uma doação extra em dinheiro também para à igreja, e não pode ser um valor muito barato, terá que ser caro igual ao anterior que eu falei para à senhora.
Olívia: Padre, mas eu não sou rica para fazer essas doações tão caras para à igreja!
Padre Roberto: Ninguém mandou a senhora pecar!

Na mata de São João D' Acre, mesmo acostumada com o escuro do local à noite, Odete ainda demonstra medo de estar na mata à noite. E, esse medo que ela está sentindo, aumentou mais anda, quando ela sentiu barulhos de passos de pessoas andando em direção onde ela está, e escutou também, ruídos de conversas também entre pessoas. Odete então, com medo de ser alguém que esteja procurando ela para prendê-la, se esconde atrás de uma árvore, mas logo depois, ela é surpreendida por uma pessoa atrás dela, que a surpreende com um grito.
Guarda: Achei! Achei à bruxa mais procurada por essas redondezas!
Ele grita avisando aos outros guardas da igreja católica, que achou à Odete que para eles é considerada bruxa, pois eles acham que ela não acredita em Deus, e que por isso, ela é a causadora juntamente com o Diabo da ''praga'', denominação que eles chamam para as doenças que estão se espalhando por São João D' Acre matando várias pessoas.
Guarda: Amarrem ela, para levarmos à prisão da cidade! Quando eu falar para os padres, que nós achamos ela, e que levamos ela para à prisão, eles devem que vão até aumentar os nossos pagamentos.
Os outros guardas que estavam chegando ao local que está o guarda que achou à Odete, começam à amarrá-la.
Odete: Por favor, não me amarrem e não me levem para a prisão, eu não sou o que eles pensam que eu sou,    eu acredito sim em Deus!
Guarda: Agora que nós podemos ter a chance de ver o nossos pagamentos aumentarem, que nós não vamos soltá-la! Vamos embora, guardas, vamos levá-la para a prisão!

Na rua, voltando para a casa paroquial para dormir, padre Roberto se depara com Olívia vendendo algumas imagens e pertences dela religiosos.
Padre Roberto: Senhora Olívia, a senhora está querendo montar um comércio religioso?
Olívia: Não, padre, eu estou fazendo isso para conseguir pagar as minhas penitências que o senhor exigiu para eu pagar à igreja para o perdão dos meus pecados!
Padre Roberto: Mas, vender coisas religiosas não é permitido, ainda mais sendo suas, tentando conseguir dinheiro por meio de coisas sagradas, isso é muito feio para à senhora!
Olívia: Pois, o senhor fique avisado, se o senhor não abaixar o valor das minhas penitências que eu tenho que pagar, eu continuarei a vender essas coisas sim!
Padre Roberto: Tá bom, vamos ver se vai!

Amanhece em São João D' Acre. Padre Ricardo vai até à casa de Regina, na sala, Regina com seu filho no colo, André, conversa com o padre.
Regina: Padre, deve que é algum assunto sério que o trouxe na minha casa tão cedo assim, pois eu fui acordada pela sua visita.
Padre Ricardo: É um assunto seríssimo, mas antes, como está o seu filho, André?
Regina: Cada dia me assustando com seu crescimento! Não é filho?
Ela faz cócegas na barriga dele, ele responde com algumas risadinhas.
Padre Ricardo: Mas, o que me traz aqui é sério! A senhora já sabe que o cofre da igreja, e meu dinheiro particular guardado também na igreja foram roubados?
Regina: Não, só estou sabendo agora. Será quem foi?
Padre Ricardo: É por isso que eu vim aqui! Para saber se à senhora contou para alguém onde é que fica o cofre da igreja, e onde fica guardado o meu dinheiro, porque eu mostrei para à senhora onde fica eles quando eu fui pegar um pouco de dinheiro para lhe ajudar nas finanças, e a senhora estava comigo nessa ocasião me acompanhando, e eu até falei para à senhora que eu não via problema em lhe mostrar onde fica guardado o meu dinheiro e o da igreja, porque confiava na senhora, sabendo que à senhora nunca contaria para ninguém onde fica esses lugares. E é isso o que eu quero saber, à senhora contou para alguém onde fica esses lugares na igreja?
Sabendo que se ela não inventasse uma mentira, padre Ricardo poderia desconfiar que foi ela que roubou, ou também se ela falasse que não contou para ninguém e acha que poderia ser outra pessoa que descobriu essa informação, e assim, roubou a igreja e o padre, ela também sabia que o padre não acreditaria nela, e continuaria desconfiando dela. Então, ela inventa uma mentira, dizendo que contou sim para uma pessoa sem perceber, onde ficava guardado o dinheiro da igreja e do padre, para o padre parar de desconfiar dela e começar a achar que foi a pessoa para quem Regina contou sem perceber, onde fica guardado o dinheiro, que roubou a igreja e ele.
Regina: Desculpa, mas eu contei sim, e foi sem querer! Eu converso muito com à empregada aqui de casa, que também cuida muito do meu filho para mim, e numa dessas conversas de amiga para amiga, eu acabei contando sem perceber onde fica guardado o dinheiro da igreja e o seu também. O senhor me perdoa?
Padre Ricardo: Não sei, Regina, agora eu perdi a confiança na senhora! Mas, agora, começarei a investigar esse caso, e depois, terei uma conversa com sua empregada. Não esqueça de avisá-la! Agora, vou embora, até mais ver, senhora Regina!

Na casa de Neusa, na sala, ela e padre Reginaldo conversam.
Padre Reginaldo: Senhora Neusa, à senhora sabe que eu sou homem, e por isso, eu sofro muito, porque eu penso nisso muito!
Neusa: Não, o senhor não é homem, o senhor é padre!
Padre Reginaldo: Mas, sou homem, por que quem é padre não é homem não?
Neusa: Não é isso, é que eu acho que os desejos deveriam ser diferentes, principalmente as relações amorosas, não é, padre Reginaldo?
Os dois dão risadas.
Padre Reginaldo: Agora, à senhora me deixou numa situação difícil!

Começa a chover em São João D' Acre. Na igreja, em sua sala, pela janela, bispo Sebastião observa o cair da chuva, até que padre Roberto entra na sala para conversar com ele.
Bispo Sebastião: O que foi dessa vez, padre?
Padre Roberto: Bispo, prenderam à bruxa Odete! Ela já está na prisão, se preparando para a sua morte!
Bispo Sebastião: Até que enfim, eu estava louco para ver essa mulher de novo na prisão, e desta vez temos que vigiar o Pedro, porque da última vez ele soltou ela da prisão com ajuda de alguns muçulmanos.
Padre Roberto: Depois que os guardas acharam ela, eles estão pedindo aumento do pagamento deles.
Bispo Sebastião: É melhor eles só sonharem, porque na realidade se eles continuarem a insistir nisso, eles irão ver as minhas providências sobre isso.

Em Jerusalém, na casa de Padeceu, ele e Marcelo almoçam.
Padeceu: Senhor Marcelo, o senhor sabia que essa guerra religiosa é bom para nós?
Marcelo: Nos nossos comércios, não é?
Padeceu: É, pela vinda de gente para cá, e com isso, aumenta a nossa freguesia!
Marcelo: Mas, também, só assim, para nos ajudar um pouco a ganhar mais dinheiro!

Em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Maria começa a conversar com seu tio Felipe e com sua prima Isabela.
Maria: Tio Felipe e Isabela, prestem atenção, porque eu vou revelar um segredo que eu escondi por muito tempo do tio Felipe, com medo de sua reação, tio! Mas, agora, irei revelar, porque nós já sabemos, que uma hora ou outra esses católicos nos matarão. Tio Felipe, eu finjo que sou uma muçulmana, mas não me considero uma, porque eu não acredito em Deus!

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.