terça-feira, 9 de julho de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Maria começa a conversar com seu tio Felipe e com sua prima Isabela.
Maria: Tio Felipe e Isabela, prestem atenção, porque eu vou revelar um segredo que escondi por muito tempo do tio Felipe, com medo de sua reação, tio! Mas, agora, irei revelar, porque nós já sabemos, que uma hora ou outra esses católicos nos matarão! Tio Felipe, eu finjo que sou uma muçulmana, mas não me considero uma, porque eu não acredito em Deus!
Felipe: Eu não acredito, isso só pode ser uma piada, isso é uma piada!
Maria: Não, tio, não é uma piada, é a pura verdade!
Felipe fica nervoso ao pensar que Maria o enganou esse tempo, e por isso, lhe dá um tapa no rosto.
Isabela se assusta.
Isabela: Pai, por que o senhor fez isso?
Felipe: Por ela ter me enganado esse tempo todo! Só um detalhe, a senhora falou que escondeu esse segredo de mim, mas não falou da Isabela, ela já sabia, Maria?
Maria: Sabia, tio!
Felipe: Credo, fui enganado dentro da minha própria casa! Maria, se eu fosse à senhora, à senhora não olhava mais na minha cara, nós só teremos de nos aguentar perto do outro, porque nós estamos presos na mesma cela. E à senhora, Isabela, minha filha, me decepcionou bastante por ter escondido isso de mim, mas eu entendo à senhora, à senhora não quis perder a amizade dessa mentirosa!

Rodrigo vai até à prisão, para conversar com à Isabela. Chegando na prisão, o guarda pergunta-lhe o que ele deseja.
Guarda: O que o senhor quer por aqui?
Rodrigo: Eu quero visitar uma muçulmana que está presa aqui, chamada Isabela.
Guarda: O que um homem de prestígio aqui da cidade como o senhor, filho do falecido José, quer com essa muçulmana?
Rodrigo: Eu quero lhe perguntar algumas coisas.
Guarda: Hoje, não será possível essa sua visita. A igreja determinou uma regra de visitação, e hoje não é permitido que os presos recebam visitas, retorne aqui outro dia, por favor.
Rodrigo: Tudo bem!

Anoitece em Jerusalém. Em casa, na sala, Marcelo conversa com Padeceu.
Marcelo: Padeceu, essa dúvida me mata! Se quem eu quero é à Maria ou à Gabriela? Para às duas eu sinto sentimentos e emoções diferentes. Eu estou morrendo de saudade do jeito engraçado da Maria e do bom humor que marcava presença nela, e à Gabriela eu sinto um sentimento de amizade, compaixão e as vezes eu me sinto seduzido por meio de uma paixão à ela, mas ao mesmo tempo eu fico chateado porque ela fica com vários homens. Que situação em amigo que eu estou vivendo?!
Padeceu: Eu não queria ser o senhor neste momento! Olhando quem eu gosto mais, eu prefiro à Gabriela!
Marcelo: Então, o senhor sempre gostou das mulheres que eu vivia cercado?
Padeceu: Ninguém mandou elas serem tão bonitas e atraentes!

Nas ruas de Jerusalém, Gabriela está perambulando com um saco na mão recolhendo os lixos que encontra,   e Lúcio está indo para o acampamento dos católicos para dormir, quando ele vê Gabriela.
Lúcio: Boa noite!
Gabriela: Boa noite!
Lúcio: Olhando para à senhora, eu acho que eu sei quem à senhora é! Um amigo meu iria me apresentar a uma senhora que ele falou que é uma mendiga, mas que é muito bonita, e que por ser tão pobre, ela se relaciona com alguns homens, para ganhar um pouco de dinheiro. E, vendo à senhora, eu acho que ele falou é da senhora mesmo, não é?
Gabriela: Pelo jeito que ele falou, sou eu sim!
Lúcio: Bem, agora eu tenho que ir dormir, porque amanhã eu acordo cedo para trabalhar, mas depois a gente se vê de novo. Boa noite!
Gabriela: Boa noite!

Em casa, na sala, Marcelo continua conversando com Padeceu.
Marcelo: Padeceu, mas uma coisa que nunca sairá de dentro de mim, é o ódio que eu tenho do muçulmano que matou o meu filho, Luís, só porque ele descobriu que o Luís era católico, que lutava na guerra contra os muçulmanos e que ainda assim, morava aqui em Jerusalém, cidade dos muçulmanos, por isso que ele o matou, achou muito atrevimento do Luís de ser católico e ainda morar na cidade que é dominada pelos muçulmanos... Eu parecia ter demostrado que tinha superado isso, não é?
Padeceu: Verdade, eu estava achando o senhor conformado demais, porque tem muito tempo que o senhor não falava mais disso!
Marcelo: É porque eu estava tentando esquecer, mas eu vi que não tem jeito! Só me aliviará esse sentimento, quando eu achar que houve justiça em relação à morte do meu filho, só quando eu me vingar do muçulmano que o matou!

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em casa, na sala, Rodrigo comenta com à Ana.
Rodrigo: E agora, Ana, como é que eu vou salvar à Isabela dessa situação?
Ana: Não sei, irmão, mas alguma coisa o senhor terá que fazer, se não, o senhor poderá perder a sua amada!
Rodrigo: Eu sei, mas o difícil é isso, o que eu poderei fazer para salvar ela e os seus familiares?
Ana: Agora eu estou me lembrando de uma coisa! À Odete, aquela mulher que os padres chamam ela de bruxa, por acharem que ela é a causadora das doenças que atinge a nossa cidade e que eles chamam de praga. Ela quando foi presa, depois de um tempo, vieram uns muçulmanos comandados pelo Pedro, filho da Sueli, e invadiram a prisão, lutaram com os guardas e conseguiram libertar a Odete. As pessoas acham que o Pedro comandou isso tudo, porque ele é simpatizante e gosta da Odete. Rodrigo, por que o senhor não tenta fazer o que o Pedro fez para libertar à Odete?
Rodrigo: Isso é muito arriscado, eu vou pensar, a minha cabeça está muito confusa!
Ana: Mas, agora, vamos para o meu quarto para ver a minha filha?
Rodrigo: Vamos, eu estou ansioso para ver como está a minha sobrinha!

Sueli vai até à pensão (onde estão hospedadas pessoas que não tem uma casa para morar) em que Regino está hospedado. Ao encontrar o quarto em que ele está residindo, ela bate na porta do quarto, e é recepcionada por Regino que estava almoçando.
Regino: Boa tarde, Sueli!
Sueli: Boa tarde, Regino!
Regino: Entre, por favor!
Sueli entra no quarto de Regino.
Sueli: Eu vim aqui, para perguntar ao senhor, se o senhor continuará com essa pirraça boba de mim, querendo manter o nosso relacionamento separado?
Regino: A senhora começou a sentir a minha falta?
Sueli: Regino, por favor, volta para casa, eu estou passando a maior vergonha quando eu vou à feira, à rua e à igreja, todo mundo me olha agora distorcido por causa que nós estamos separados. Eu acho que eles estão desconfiando que o motivo da nossa separação é por causa de uma traição, e as pessoas devem achar que fui eu que te trai, porque as pessoas sempre culpam as mulheres nessa história.
Regino: Então, quer dizer, que a senhora não quer voltar para mim não é por causa da saudade que eu pensei que a senhora já estava sentindo por mim, mas sim, porque está envergonhada dos comentários que as pessoas estão fazendo da senhora?
Sueli: Também não é assim, Regino! Eu estou sentindo muito a sua falta também!
Regino: Pode ficar despreocupada, que eu irei lá na igreja e conversarei com os padres explicando que eu que quis me separar da senhora.
Sueli: Mas, o senhor não vai voltar para casa não?
Regino: Não, porque eu descobri o principal motivo da senhora querer que eu volte para casa, que não tem nada a ver, com saudade que eu esperava que fosse isso o principal da senhora querer a minha volta!

Em Jerusalém, na rua, Lúcio e Mateus estavam guerreando, mas agora eles estão conversando, a espera de novo chamado para guerrearem.
Lúcio: Mateus, o senhor me apresentará mesmo a mulher que o senhor falou que me apresentaria?
Mateus: Eu falei que iria apresentar, então eu vou te apresentar mesmo!
Lúcio: Ela é muito bonita? Eu estou perguntando isso, porque essa mulher tem que me fazer esquecer a Olívia!
Mateus: Ela não é bonita, ela é linda!
Lúcio: Então, eu me interessei!
Mateus: O problema, é que ela é mendiga, vive nas ruas, e por isso, ela ganha alguns trocados se relacionando com vários homens.
Lúcio: Eu nem estou importando com isso, eu quero mesmo é só me divertir! Mas, ela é muçulmana?
Mateus: Sim!
Lúcio: Agora, que eu quero me divertir com ela mesmo!

Em São João D' Acre, Pedro está trabalhando no comércio de variedades de utensílios de seu pai. Sueli chega no comércio, e ele vai atendê-la.
Pedro: Mãe, a senhora por aqui?
Sueli: Eu, sim! Eu estou aqui, porque eu me lembrei de um assunto que eu estava esquecendo com a separação minha e de seu pai.
Pedro: O quê?
Sueli: Pedro, quem sustentava nós era o seu pai com esse comércio, que é a única coisa que nos ajuda a sobreviver. Mas, agora que ele se separou de mim, ele vai continuar nos sustentando com o comércio dele?
Pedro: A senhora esqueceu que eu também trabalho aqui? Eu posso nos sustentar!
Sueli: Mas, só o seu dinheiro é pouco! O seu pai se casou comigo, por isso, mesmo separado, ele tem que continuar ajudar a sustentar a nossa casa!
Pedro: Mãe, eu não sei se ele irá continuar a sustentar a nossa casa, eu só sei, que eu continuarei ajudar a nos sustentar. À senhora tem que conversar esse assunto é com ele!

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, em seu quarto, Olívia ouve alguém bater na porta de entrada de sua casa, ela vai até à sala atender essa pessoa. Ela abre a porta, e vê padre Roberto.
Olívia: Boa noite, padre! Sua benção!
Padre Roberto: Boa noite, senhora Olívia!
Olívia: Entre, vamos nos sentar para conversar aqui na sala.
Na sala, eles se sentam.
Padre Roberto: Senhora Olívia, eu vim investigar a acusação que a senhora Ana fez contra a senhora hoje naquela confusão perto da prisão. É verdade o que ela falou, que a senhora se relacionou com o falecido marido dela, quando ainda eles estavam casados?
Olívia: Padre, eu estou muito envergonhada com esse assunto! Aquela mulher não gosta de mim, e ela é doida!
Padre Roberto: Senhora Olívia, não finja de desinteressada!
Olívia: Tá bom, o que eu vou dizer, eu direi muito envergonhada, mas é verdade sim, eu me relacionei com ele quando ele estava casado com a senhora Ana.
Padre Roberto: A senhora cometeu um erro gravíssimo contra à igreja, mas fez certo ao admitir o seu erro. Mas, terei que te dar uma penitência para o seu pecado ser perdoado diante de Deus. Além das doações normais que a senhora doa à igreja, a senhora terá que aumentar esse valor, ou melhor, duplicar esse valor, e além disso, a senhora vai ter que fazer uma doação extra em dinheiro também para à igreja, e não pode ser um valor muito barato, terá que ser caro igual ao anterior que eu falei para à senhora.
Olívia: Padre, mas eu não sou rica para fazer essas doações tão caras para à igreja!
Padre Roberto: Ninguém mandou a senhora pecar!

Na mata de São João D' Acre, mesmo acostumada com o escuro do local à noite, Odete ainda demonstra medo de estar na mata à noite. E, esse medo que ela está sentindo, aumentou mais anda, quando ela sentiu barulhos de passos de pessoas andando em direção onde ela está, e escutou também, ruídos de conversas também entre pessoas. Odete então, com medo de ser alguém que esteja procurando ela para prendê-la, se esconde atrás de uma árvore, mas logo depois, ela é surpreendida por uma pessoa atrás dela, que a surpreende com um grito.
Guarda: Achei! Achei à bruxa mais procurada por essas redondezas!
Ele grita avisando aos outros guardas da igreja católica, que achou à Odete que para eles é considerada bruxa, pois eles acham que ela não acredita em Deus, e que por isso, ela é a causadora juntamente com o Diabo da ''praga'', denominação que eles chamam para as doenças que estão se espalhando por São João D' Acre matando várias pessoas.
Guarda: Amarrem ela, para levarmos à prisão da cidade! Quando eu falar para os padres, que nós achamos ela, e que levamos ela para à prisão, eles devem que vão até aumentar os nossos pagamentos.
Os outros guardas que estavam chegando ao local que está o guarda que achou à Odete, começam à amarrá-la.
Odete: Por favor, não me amarrem e não me levem para a prisão, eu não sou o que eles pensam que eu sou,    eu acredito sim em Deus!
Guarda: Agora que nós podemos ter a chance de ver o nossos pagamentos aumentarem, que nós não vamos soltá-la! Vamos embora, guardas, vamos levá-la para a prisão!

Na rua, voltando para a casa paroquial para dormir, padre Roberto se depara com Olívia vendendo algumas imagens e pertences dela religiosos.
Padre Roberto: Senhora Olívia, a senhora está querendo montar um comércio religioso?
Olívia: Não, padre, eu estou fazendo isso para conseguir pagar as minhas penitências que o senhor exigiu para eu pagar à igreja para o perdão dos meus pecados!
Padre Roberto: Mas, vender coisas religiosas não é permitido, ainda mais sendo suas, tentando conseguir dinheiro por meio de coisas sagradas, isso é muito feio para à senhora!
Olívia: Pois, o senhor fique avisado, se o senhor não abaixar o valor das minhas penitências que eu tenho que pagar, eu continuarei a vender essas coisas sim!
Padre Roberto: Tá bom, vamos ver se vai!

Amanhece em São João D' Acre. Padre Ricardo vai até à casa de Regina, na sala, Regina com seu filho no colo, André, conversa com o padre.
Regina: Padre, deve que é algum assunto sério que o trouxe na minha casa tão cedo assim, pois eu fui acordada pela sua visita.
Padre Ricardo: É um assunto seríssimo, mas antes, como está o seu filho, André?
Regina: Cada dia me assustando com seu crescimento! Não é filho?
Ela faz cócegas na barriga dele, ele responde com algumas risadinhas.
Padre Ricardo: Mas, o que me traz aqui é sério! A senhora já sabe que o cofre da igreja, e meu dinheiro particular guardado também na igreja foram roubados?
Regina: Não, só estou sabendo agora. Será quem foi?
Padre Ricardo: É por isso que eu vim aqui! Para saber se à senhora contou para alguém onde é que fica o cofre da igreja, e onde fica guardado o meu dinheiro, porque eu mostrei para à senhora onde fica eles quando eu fui pegar um pouco de dinheiro para lhe ajudar nas finanças, e a senhora estava comigo nessa ocasião me acompanhando, e eu até falei para à senhora que eu não via problema em lhe mostrar onde fica guardado o meu dinheiro e o da igreja, porque confiava na senhora, sabendo que à senhora nunca contaria para ninguém onde fica esses lugares. E é isso o que eu quero saber, à senhora contou para alguém onde fica esses lugares na igreja?
Sabendo que se ela não inventasse uma mentira, padre Ricardo poderia desconfiar que foi ela que roubou, ou também se ela falasse que não contou para ninguém e acha que poderia ser outra pessoa que descobriu essa informação, e assim, roubou a igreja e o padre, ela também sabia que o padre não acreditaria nela, e continuaria desconfiando dela. Então, ela inventa uma mentira, dizendo que contou sim para uma pessoa sem perceber, onde ficava guardado o dinheiro da igreja e do padre, para o padre parar de desconfiar dela e começar a achar que foi a pessoa para quem Regina contou sem perceber, onde fica guardado o dinheiro, que roubou a igreja e ele.
Regina: Desculpa, mas eu contei sim, e foi sem querer! Eu converso muito com à empregada aqui de casa, que também cuida muito do meu filho para mim, e numa dessas conversas de amiga para amiga, eu acabei contando sem perceber onde fica guardado o dinheiro da igreja e o seu também. O senhor me perdoa?
Padre Ricardo: Não sei, Regina, agora eu perdi a confiança na senhora! Mas, agora, começarei a investigar esse caso, e depois, terei uma conversa com sua empregada. Não esqueça de avisá-la! Agora, vou embora, até mais ver, senhora Regina!

Na casa de Neusa, na sala, ela e padre Reginaldo conversam.
Padre Reginaldo: Senhora Neusa, à senhora sabe que eu sou homem, e por isso, eu sofro muito, porque eu penso nisso muito!
Neusa: Não, o senhor não é homem, o senhor é padre!
Padre Reginaldo: Mas, sou homem, por que quem é padre não é homem não?
Neusa: Não é isso, é que eu acho que os desejos deveriam ser diferentes, principalmente as relações amorosas, não é, padre Reginaldo?
Os dois dão risadas.
Padre Reginaldo: Agora, à senhora me deixou numa situação difícil!

Começa a chover em São João D' Acre. Na igreja, em sua sala, pela janela, bispo Sebastião observa o cair da chuva, até que padre Roberto entra na sala para conversar com ele.
Bispo Sebastião: O que foi dessa vez, padre?
Padre Roberto: Bispo, prenderam à bruxa Odete! Ela já está na prisão, se preparando para a sua morte!
Bispo Sebastião: Até que enfim, eu estava louco para ver essa mulher de novo na prisão, e desta vez temos que vigiar o Pedro, porque da última vez ele soltou ela da prisão com ajuda de alguns muçulmanos.
Padre Roberto: Depois que os guardas acharam ela, eles estão pedindo aumento do pagamento deles.
Bispo Sebastião: É melhor eles só sonharem, porque na realidade se eles continuarem a insistir nisso, eles irão ver as minhas providências sobre isso.

Em Jerusalém, na casa de Padeceu, ele e Marcelo almoçam.
Padeceu: Senhor Marcelo, o senhor sabia que essa guerra religiosa é bom para nós?
Marcelo: Nos nossos comércios, não é?
Padeceu: É, pela vinda de gente para cá, e com isso, aumenta a nossa freguesia!
Marcelo: Mas, também, só assim, para nos ajudar um pouco a ganhar mais dinheiro!

Em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Maria começa a conversar com seu tio Felipe e com sua prima Isabela.
Maria: Tio Felipe e Isabela, prestem atenção, porque eu vou revelar um segredo que eu escondi por muito tempo do tio Felipe, com medo de sua reação, tio! Mas, agora, irei revelar, porque nós já sabemos, que uma hora ou outra esses católicos nos matarão. Tio Felipe, eu finjo que sou uma muçulmana, mas não me considero uma, porque eu não acredito em Deus!

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Isabela começa a conversar chorando com Maria e com o seu pai, Felipe.
Isabela: Gente, agora que nós estamos nessa prisão, sem chance alguma de liberdade e com a certeza de que iremos morrer, eu estou pensando em cumprir esse meu destino mais rápido, que é o de morrer. Eu estou pensando em não esperar me matarem na rua para todo mundo ver, e sim, em eu mesma me matar.
Maria: A senhora está brincando, não é?
Isabela: Não, eu não estou brincando! Eu estou pensando seriamente em fazer isso!
Felipe: Isabela, minha filha, eu sei que eu não concordo e nem apoio uma muçulmana se relacionar com um católico, porque eles são nossos inimigos, mas para impedir a senhora de fazer uma loucura dessa, por favor, pense muito no seu amor, o Rodrigo, a senhora vai desistir dele assim facilmente? Nós temos que lutar pelo o que nós amamos!
Isabela: Mas, eu já estou cansada desse sofrimento!

Amanhece em São João D' Acre. Em sua casa, na sala, Regina conversa com Bartolomeu.
Regina: Bartolomeu, eu te chamei aqui cedo, porque eu quero que o senhor faça um favor para mim. Eu quero que o senhor roube o dinheiro das doações da igreja que estão num cofre.
Bartolomeu: Como eu vou saber onde fica o cofre da igreja?
Regina: O ''burro'' do padre Ricardo cego de amor por mim, me mostrou onde fica, porque eu sou uma pessoa da total confiança dele!
Regina e Bartolomeu dão risadas.
Regina: Eu te explicarei como o senhor chegará ao cofre direitinho, eu memorizei o caminho perfeitamente quando o padre Ricardo me levou lá, porque eu memorizo tudo que me interessa! E te explicarei também, como chegar lá escondido dos guardas e dos padres, sem levantar suspeitas. E esse período da manhã, agora cedinho, ajuda ainda mais, porque os guardas demoram chegar à igreja para trabalharem e os padres demoram acordar para também trabalharem, como se eles não tivesse bastante trabalho, principalmente com a realidade dos pobres, que eles fingem que nem existem. Eu quero que o senhor roube todo o dinheiro       que estiver no cofre, esse mesmo dinheiro que os pobres não veem a igreja utilizando para melhorar a vida deles! Bartolomeu, roube tudo, roube todo o dinheiro do cofre da igreja, o dinheiro daqueles padres!
Agora, preste atenção, que eu vou te explicar como chegar ao cofre da igreja e como é que o abre, e como fazer isso tudo sem levantar suspeitas...

Do lado de fora da prisão, onde estão presos Isabela, Maria e Felipe, Ana e Rodrigo gritam pela a soltura deles.
Ana: Covardes, libertem-os, eles não fizeram mal a ninguém, eu pago o que os senhores quiserem para os libertarem!
Rodrigo: Isso mesmo, guardas, avisem os padres e o bispo, que nós pagamos o que os senhores quiserem para libertarem esses muçulmanos.
Com a gritaria deles, as pessoas começam a se aglomerar na rua que fica a prisão. Todos ficam surpresos, com Ana e Rodrigo, que são católicos, pedindo para que muçulmanos sejam soltos.
Olívia que também está no local, observando a gritaria de Ana e Rodrigo, começa a falar com a Ana.
Olívia: Ana, a senhora que sempre se achou a mulher mais digna e respeitada dessa cidade, agora fica pedindo para soltarem muçulmanos da prisão?!
Ana: É melhor a senhora ficar calada, porque a senhora já me traiu com o meu marido que já morreu, mas se ele tivesse vivo eu bateria nele e na senhora também, pensando bem, eu posso bater na senhora agora para descontar toda a raiva que eu sinto da senhora, sua desgraçada!
As pessoas que estão no local, começam vaiar a Olívia, chamando-a de traidora.
Ana: Isso, vaiem essa desgraçada, ela merece isso mesmo!
Olívia: Por que os senhores estão me vaiando? E se fosse verdade, se eu tivesse traído ela com o falecido marido dela, o que seria pior? O que seria pior? Uma traição ou um católico proteger muçulmanos, igual ao que ela e o irmão dela estão fazendo?
Ana: Eu vou bater nessa mulherzinha, gente!
Neste momento, padre Roberto chega ao local para interromper a discussão.
Padre Roberto: Mas, o que está acontecendo aqui?
Ana: Essa mulher, que me traiu com o falecido do meu marido, estava me insultando antes do senhor chegar.
Padre Roberto: Que traiu a senhora com o falecido do seu marido? Como assim?
Ana: Ela se relacionou com o Paulo, quando ele estava casado comigo, padre.
Padre Roberto: Essa acusação sobre a senhora Olívia me impressiona, mas deixarei para investigar depois. Agora, eu quero saber por que a senhora e o senhor Rodrigo estavam gritando aqui na frente da prisão?
Olívia: Eles estão querendo que uns muçulmanos, que eu nem sei quem são, sejam soltos. Eu acho um absurdo católicos pedirem a soltura de muçulmanos da prisão!
Ana: Fecha a sua boca, a senhora não é digna de falar nada!
Padre Roberto: É verdade que os senhores estão pedindo a soltura de alguns muçulmanos?
Rodrigo: Estamos padre, porque eles foram presos pelo padre Ricardo, que os achou na nossa casa. O padre achou que eles na nossa casa, era uma ameaça para nós. Mas, não é isso que nós entendemos nos dias que eles estiveram lá em casa. Nós ajudamos esses muçulmanos, porque... Tá bom, eu não vou mentir mais, eu irei falar a verdade! Esses muçulmanos são a família da muçulmana que eu estou me relacionando, que é a mulher que eu amo, que é a Isabela! Eles não estão aqui para fazer algum mal para nós católicos, podem ficar despreocupados! Eles estão aqui só por causa do meu relacionamento com a Isabela.
As pessoas que estão presenciando isso no local, começam a vaia-lo, chamando-o de católico traidor.
Padre Roberto: Por favor, todos em silêncio!
As pessoas silenciam.
Padre Roberto: Se for por causa desse motivo, eu não soltarei esses pagãos! Aliás, qualquer que fosse o motivo, eu não os soltaria, os muçulmanos são nossos inimigos! E mais grave ainda, é saber que um católico filho do homem mais poderoso que essa cidade já teve, se relacionando com uma muçulmana, traindo nós católicos e o falecido José, seu pai! E me admira também, a senhora Ana o apoiando neste ato de traição contra a igreja católica! É melhor senhor Rodrigo e senhora Ana, os senhores voltarem para casa e refletirem um pouco sobre essa traição que os senhores cometeram agora, porque eu não soltarei esses muçulmanos da prisão!
Ana: Por que o senhor não mandou eu e o meu irmão cumprir alguma penitência, já que nós cometemos uma falha muito grave?
Rodrigo: Ana, por favor, não comece!
Ana: Desculpa, eu esqueci que nós somos ricos, e que aqui, é a cidade da injustiça! Quando um pobre comete alguma falha grave contra a igreja, ele não tem nem direito a penitência para se redimir, a penitência para os pobres é a morte de uma vez! Agora, para os ricos, como nós, irmão, podemos cometer uma falha até mais grave do que um pobre, mas a nossa penitência é só uma reflexão sobre os nossos atos! Eu quero uma penitência igual a todo mundo!
Os pobres que estão no local parabenizam e ovacionam à Ana.
Padre Roberto: Tudo bem, a senhora terá que duplicar o valor das doações que a senhora doa para a igreja!
Ana: Porque ao invés de dar lucro para os padres, eu doasse para os pobres o que eu teria de doar à igreja?
Os pobres a ovacionam e parabenizam novamente.
Padre Roberto: Faça como a senhora quiser! Para o senhor Rodrigo, a penitência que ele terá que cumprir, será de ir novamente à Jerusalém, para a guerra de católicos contra os muçulmanos para pagar os seus pecados, porque os católicos estão precisando de reforço lá, pois os muçulmanos já estão avançando rapidamente para cá, para a tomada da nossa cidade, e nós não permitiremos isso de jeito nenhum! Agora, todos que estão aqui, podem voltar para suas casas, a confusão já acabou! E quem continuar a causar confusão será preso!

Em casa, na sala, Rodrigo comenta com à Ana.
Rodrigo: E agora, Ana, como é que eu vou salvar à Isabela dessa situação?

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

quarta-feira, 20 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em Jerusalém, Padeceu vai até à rua que Gabriela mendiga, para encontrá-la.
Padeceu: Boa tarde, senhora Gabriela! Eu vim para o encontro que a senhora marcou.
Gabriela: Mas, eu marquei para encontrar comigo, foi com o Marcelo, não com o senhor Padeceu!
Padeceu: Eu vim no lugar dele!
Gabriela: O senhor veio no lugar dele? Ele mandou o senhor fazer isso?
Padeceu: Não, mas a senhora não percebeu até hoje, que eu quero ficar perto da senhora para tentarmos sermos amigos?!
Gabriela: Então, quer dizer, que o senhor ficou sabendo que eu tinha marcado um encontro com o Marcelo, e se aproveitou disso e veio no lugar dele, mas sem ele saber?
Padeceu: Eu só quero conversar com a senhora, de fazer o papel de seu amigo nas nossas conversas.
Gabriela: Tá bom, como seria sua conversa de amigo comigo?
Padeceu: Eu queria saber como anda a sua vida, se a senhora continua ganhando dinheiro daquele jeito?
Gabriela: A minha vida continua como sempre foi, como o senhor já sabe!

Anoitece em São João D' Acre. Na prisão, numa mesma cela, estão Isabela, Maria e Felipe presos.
Isabela: Será o quê que vai acontecer com a gente?
Maria: Pode pensar no pior, Isabela! Esses católicos são muito ruins, eles querem exterminar todos os muçulmanos desse mundo!
Isabela: Será que eles irão prender o Rodrigo também? Falando nele, eu estou morrendo de saudades dele, nesse tempo que eu estava na casa da Ana junto com ele, não deu nem para a gente se relacionar muito, só antes do meu pai chegar a minha procura na casa, porque depois, o meu pai não deixou eu me relacionar mais com o Rodrigo.
Felipe: Não deixei e nem deixo, ainda mais, agora que nós estamos presos nessa prisão, correndo o risco de morrermos enforcados na rua dessa cidade para todo mundo ver, isso tudo por causa desses católicos! E é claro que o Rodrigo não irá ser preso, Isabela, ele é muito poderoso, e aqui, não se pode prender católicos que são poderosos!
Maria: Por isso que eu falo, um dia eu serei rica!

Em Jerusalém, Marcelo está trabalhando em seu comércio, chega Gabriela que começa a conversar com ele.
Marcelo: Bom dia, senhora Gabriela!
Gabriela: Bom dia! Por que o senhor não foi ontem ao encontro que eu tinha marcado com o senhor?
Marcelo: Eu estava muito ocupado aqui no meu trabalho.
Gabriela: Sabia quem foi no seu lugar? O senhor Padeceu.
Marcelo: Eu sei que ele também gosta da senhora um pouco, mas eu sei também que a senhora já reservou os seus sentimentos e a sua boca para mim.
Gabriela: O senhor acertou em cheio!
Marcelo: Me dá um beijo, agora que ninguém está olhando!
Os dois se beijam na boca.

Em São João D' Acre, na prisão, numa cela, Isabela começa a conversar chorando com Maria e com o seu pai, Felipe.
Isabela: Gente, agora que nós estamos nessa prisão, sem chance alguma de liberdade e com a certeza de que iremos morrer, eu estou pensando em cumprir esse meu destino mais rápido, que é o de morrer. Eu estou pensando em não esperar me matarem na rua para todo mundo ver, e sim, em eu mesma me matar.

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

terça-feira, 19 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, na igreja, na sala do bispo, bispo Sebastião conversa com padre Roberto.
Bispo Sebastião: Eu vou contar para o senhor, padre, um dos motivos que estão me influenciando para renunciar ao meu cargo. Eu tenho que contar isso para o senhor, pois eu confio no senhor, e eu preciso desabafar, se não, isso irá me sufocar. Eu acho que eu estou me apaixonando por uma mulher.
Padre Roberto: Eu não acredito, bispo, que até o senhor se deixou levar por uma mulher!
Bispo Sebastião: Eu não sou de ferro, padre Roberto!
Padre Roberto: O senhor a conheceu aqui na igreja?
Bispo Sebastião: Sim, ela é muito religiosa!
Padre Roberto: Mas o senhor sabe se ela é casada?
Bispo Sebastião: Ela não é casada, eu fiquei sabendo. Eu até já conversei com ela que eu estou apaixonado por ela, e nós combinamos que depois que eu renunciar, nós vamos comemorar na casa dela como se fosse uma festa a minha renúncia.

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, na sala, Sueli e Pedro conversam.
Sueli: É filho, agora nós estamos sozinhos aqui nessa casa!
Pedro: Mãe, a senhora tem que sentir culpada um pouco! A senhora sempre falou que o meu pai, não era um homem de fibra, e sim, uma lesma, que a senhora se arrependeu de ter se casado com ele, e não ter se casado com um homem rico e poderoso como o José foi para essa cidade. A senhora sempre também reclamou dele não querer ir para a guerra contra os muçulmanos, que a igreja chama de peregrinação para o pagamento dos pecados, e por isso, ter que apelar para os seus filhos obedecer essa norma da igreja.
Sueli: É, mas o senhor não sabe o que eu estou passando! Quando eu vou na feira, todo mundo fica comentando sobre mim, fica olhando de um jeito diferente para mim. Na igreja, os padres já não me tratam como eu mereço por ser pobre, agora, eles me tratam pior ainda, e os fiéis, nenhum deles estão conversando mais comigo, só olhando para mim com indiferença.

Numa pensão da cidade, em seu quarto, Regino pensa na Sueli.
Regino: Mesmo depois de tudo que ela me fez, eu ainda penso na Sueli. Por que meu Deus, eu sou tão bobo assim? Eu acho que nesse ponto a Sueli tem razão, eu sou uma lesma, principalmente sobre sentimentos. Mas, com certeza, Deus irá me ajudar a esquecer a Sueli, e me fará se apaixonar por uma mulher que eu mereça.

Em Jerusalém, no acampamento dos católicos, em uma barraca, Lúcio e Mateus conversam.
Lúcio: Senhor Mateus, meu amigo, eu tenho tanta inveja do senhor!
Mateus: Por que? Eu nem sou rico para o senhor ter inveja de mim!
Lúcio: É, mas para arranjar uma mulher para eu me relacionar, eu precisei do senhor, enquanto o senhor nem precisou de ninguém, já foi conquistando a Gabriela sozinho, e agora eu estou querendo dividi-la com o senhor. Não está muito certo isso!
Mateus: Para mim, está certo sim, nós somos amigos, Lúcio! E o senhor precisou da minha ajuda, porque o senhor ainda estava pensando ou ainda pensa muito na Olívia, que era a mulher que o senhor se relacionava antes de vir para cá para a guerra, por isso que o senhor precisou de mim.

Amanhece em São João D' Acre. Na rua, Olívia está indo até à feira, quando Sueli a interrompe.
Sueli: Bom dia, senhora Olívia! Que estranho, olhando para a sua barriga, a senhora não está parecendo que está grávida.
Olívia: Grávida, eu? De onde a senhora tirou essa loucura ou será mais um veneno seu para mim?
Sueli: Foi a Ana que saiu comentando isso hoje. E o pior, ela falou que o pai do filho que a senhora está esperando é do falecido marido dela, o Paulo. Ela falou que foi chifrada pela a senhora! É verdade?
Olívia: Óbvio que não, ela inventou isso, porque ela não gosta de mim, pois ela tinha ciúmes do marido dela ter contratado uma mulher para trabalhar nos comércios dele, que fui eu, enquanto antes só tinha homens trabalhando. Mas, agora, eu tenho que ir para a feira, para comprar verduras, e eu nem estou me importando pelo os que outros estão falando de mim!

Na mata da cidade, Odete vê Pedro chegar à cavalo ao local que ela está.
Odete: Até que enfim o senhor chegou, pensei que o senhor não viria mais, estava morrendo de saudades de te ver!
Pedro: Mas tem pouco tempo que eu vim aqui.
Odete: Mas eu não aguento ficar longe do senhor nem um pouquinho!
Os dois se beijam na boca.
Pedro: Odete, a senhora não sabe da última! O meu pai saiu de casa.
Odete: Por que? Os seus pais terminaram o relacionamento deles?
Pedro: O meu pai que terminou, ele falou para a minha mãe que o casamento deles não estava como antes há muito tempo, estava se desgastando, só estava servindo como fachada para os dois diante da cidade.

Na igreja, na sala do bispo, padre Roberto conversa com bispo Sebastião.
Padre Roberto: Bispo, eu estava pensando que a igreja poderia fazer alguma festa que reunisse ricos e pobres, todos juntos.
Bispo Sebastião: Mas para quê? O senhor nunca quis que festa como essas, que reunissem pobres e ricos juntos, acontecessem.
Padre Roberto: Mas é que os pobres estão nos cobrando mais união dos católicos, e isso, engloba a união de todos os católicos.
Bispo Sebastião: Nós temos que pensar em outras coisas, padre! Não nessas besteiras!

Padre Ricardo vai até à casa de Ana e Paulo interrompendo o almoço deles. Na sala, padre Ricardo, Paulo e Ana conversam.
Padre Ricardo: Eu vim aqui para revistar a casa dos senhores toda, pois a denúncia que eu recebi também relatou que os senhores estão escondendo os muçulmanos nos quartos de hóspedes ou nos quartos do interior da casa. Por favor, me levem até esses locais para eu averiguar.
Ana: Não, padre, não irá ser necessário! O senhor não confia em nós?
Padre Ricardo: Sinceramente, não!
Depois de ir no quarto de hóspedes e nos quartos do interior da casa, de volta à sala, padre Ricardo conclui que não há muçulmanos naquela casa.
Padre Ricardo: Depois de ter averiguado os quartos, eu percebo que não há muçulmanos aqui!
Ana: Eu falei para o senhor confiar em mim e no Paulo!
Padre Ricardo: Espera aí, quando eu cheguei aqui, os senhores estavam almoçando, e eu não fui à cozinha, talvez eles estão lá.
Chegando na cozinha, padre Ricardo encontra o que estava procurando, os muçulmanos. Ele vê Isabela, Felipe e Maria almoçando.
Padre Ricardo: Encontrei o que eu estava procurando!
Felipe, Maria e Isabela se levantam e tentam fazer alguma reação de fuga, mas padre Ricardo os interrompe mandando os seus guardas os prenderem.
Padre Ricardo: Guardas, prendem esses pagãos, e levem-os para a prisão que é o lugar deles!
Felipe: Me solte, seu padre cafajeste! Os católicos ainda irão pagar por tudo o que estão fazendo com os muçulmanos!
Padre Ricardo: Cale a boca, seu muçulmano desgraçado! E enquanto aos senhores, Ana, Paulo e ao Rodrigo também, ele não está aqui, mas eu sei que ele mora aqui e por isso ele também deve ter ajudado a esconder esses muçulmanos. Eu não irei prender os senhores, por serem uma família poderosa, tradicional e respeitada dessa cidade, por isso, eu também não irei deixar isso repercutir na cidade, eu falarei que esses muçulmanos foram capturados enquanto eles estavam vindo para cá. Mas, se os senhores cometerem essa falha de novo, eu terei que tomar medidas drásticas, como por exemplo, a prisão. Mas, como penitência para os senhores se redimirem à Deus, por causa dessa falha gravíssima, terão que aumentar o valor das doações que os senhores doam para à igreja. Agora, eu vou embora junto com os guardas para levar esses pagãos para à prisão. Boa tarde para os senhores, e não se esqueçam da penitência!

Na igreja, padre Reginaldo e Neusa conversam.
Padre Reginaldo: Olhando para a senhora, eu percebo que tudo que eu preciso para ser feliz na minha vida, eu já tenho aqui.
Neusa: Não fala essas coisas aqui na igreja, aqui é a casa de Deus!
Padre Reginaldo: Não tem importância, ele já sabe que eu gosto da senhora, em qualquer lugar!
Neusa: Então, fala baixo, algum padre ou algum fiel pode escutar!
Padre Reginaldo: A minha vontade é de te beijar aqui!
Neusa: Pelo menos, o senhor poderia parar com as suas bobeiras!

Em Jerusalém, Padeceu vai até à rua que Gabriela mendiga, para encontrá-la.
Padeceu: Boa tarde, senhora Gabriela! Eu vim para o encontro que a senhora marcou.
Gabriela: Mas, eu marquei para encontrar comigo, foi com o Marcelo, não com o senhor Padeceu!
Padeceu: Eu vim no lugar dele!

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

terça-feira, 12 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, padre Reginaldo leva Neusa até à igreja, quando chega na porta da igreja, Neusa interrompe o andar do padre.
Neusa: Para onde o senhor está me levando e para fazer o quê?
Padre Reginaldo: A senhora falou para eu renunciar por causa do meu amor, e eu irei fazer isso que a senhora falou para mim.
Neusa: Mas, quando eu falei, eu acho que eu não estava pensando bem nas consequências que pode acontecer com o senhor e comigo também diante dessa sua decisão.
Padre Reginaldo: Eu não estou mais me importando com as consequências!
Neusa: Mas eu mudei de ideia, se o senhor me ama, o senhor não irá renunciar o seu cargo de padre.
Padre Reginaldo: Tudo bem, o que eu irei fazer, é adiar essa decisão para outro dia, por causa que a senhora está me pedindo, mas eu estou decidido a renunciar.

Na casa de Regina, na cozinha, Regina, padre Ricardo e a empregada com o filho de Regina em seu colo almoçam.
Regina: Padre Ricardo, eles conseguiram enganar o senhor! A Ana e o Paulo estão escondendo sim, três muçulmanos na casa deles. O senhor deve que não achou eles, porque deve que eles estavam escondidos no quarto de hóspedes ou em algum outro quarto da casa. O senhor olhou dentro da casa?
Padre Ricardo: Não, eu só fiquei na sala, e confiei na palavra deles de que eles não estavam escondendo muçulmano nenhum na casa deles.
Regina: Pois, eles estão sim, eu vi! O senhor pode voltar lá de novo, mas de surpresa, sem avisar que vai visitá-los, e exige olhar dentro da casa, no interior dela e no quarto de hóspedes.
Padre Ricardo: E pode ficar despreocupada, eu não contei para eles que foi a senhora que os denunciou.

Em casa, em seu quarto, Ana com a sua filha Manuela em seu colo conversa com a Isabela.
Ana: Isabela, a minha filha não é bonita?
Isabela: Bonita igual a mãe!
Ana: Tomara que ela tenha a sorte de ter a minha presença junto com ela por muito tempo.
Isabela: Por que?
Ana: Eu perdi a minha mãe há pouco tempo, de uma forma trágica. Ela foi encontrada morta, suspeita de assassinato. Eu acredito, aliás, eu tenho certeza, que foi algum católico que matou ela, pois ela era muçulmana, e todo mundo daqui sabia que ela era muçulmana, pois ela foi casada com o meu pai, que era um homem muito importante para a cidade. E até hoje, eu não me conformo com a morte dela, eu tenho até hoje sede de vingança.
Isabela: Mas, com certeza, essa situação não se repetirá com a sua filha!

Na igreja, na sala do bispo, bispo Sebastião conversa com padre Roberto.
Bispo Sebastião: Eu vou contar para o senhor, padre, um dos motivos que estão me influenciando para renunciar ao meu cargo. Eu tenho que contar isso para o senhor, pois eu confio no senhor, e eu preciso desabafar, se não, isso irá me sufocar. Eu acho que eu estou me apaixonando por uma mulher.

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.

segunda-feira, 11 de março de 2013

As cruzadas


No capítulo anterior, em São João D' Acre, na casa de Neusa, depois de beijarem muito, Neusa faz uma pergunta para o padre.
Neusa: Agora eu sei, que nós não podemos ficar separados um do outro. E que o senhor hoje, demonstrou que também gosta de mim, por isso, já está na hora do senhor renunciar o seu cargo por minha causa.
Padre Reginaldo: O quê? À senhora está louca, como é que eu vou me renunciar?
Neusa: Renunciando, oras!
Padre Reginaldo: Mas não é tão simples assim como à senhora imagina!
Neusa: Se for por amor, é simples sim!
Padre Reginaldo: O problema é que isso, envolve a igreja toda! Se eu me renunciar por causa de uma mulher, o povo quando eu passar na rua, eles irão querer me linchar.
Neusa: O senhor está é se acovardando!

Anoitece em São João D' Acre. Em casa, na sala, Ana e Paulo recebem a visita do padre Ricardo.
Padre Ricardo: Senhores Ana e Paulo, eu recebi uma denúncia, denunciando que os senhores estão acolhendo muçulmanos nesta casa.
Ana: Não, padre, nós nunca faríamos isso!
Paulo: Verdade, padre!
Padre Ricardo: Tudo bem, eu irei ignorar essa denúncia, porque pessoas influentes assim na nossa cidade, eu não posso e nem quero ficar desconfiando delas, mas não pensem que eu não estou de olho nos senhores!

No quarto de Rodrigo, Ana e Rodrigo conversam sobre quem fez a denúncia para o padre Ricardo.
Ana: Alguém denunciou a gente, Rodrigo, mas quem foi? A única pessoa, além de nós, que sabe que a Isabela, Maria e Felipe estão aqui, é a Regina, mas a Regina não tem nenhum motivo de denunciar-nos.
Rodrigo: Eu não sei quem possa ter feito isso, só se for algum empregado daqui!

Na casa de Ana e Paulo, no quarto de hóspedes, deitados cada um na sua respectiva cama, com a intenção de dormirem, Maria, Isabela e Felipe conversam.
Maria: Isabela, a senhora tem uma sorte, de ter esse Rodrigo ao seu lado, eu fico me imaginado no seu lugar.
Felipe: Olha, eu já não concordo muito com o relacionamento da Isabela com esse Rodrigo, e as senhoras já estão pensando em voltar a disputá-lo?
Isabela: Pai, eu nem estou me relacionando com ele, pois o senhor não deixa, nós só estamos apenas sendo bons amigos.
Maria: À senhora pensa que nos engana, pelos menos, a mim a senhora não me engana!

Amanhece em Jerusalém. Na casa de Marcelo, na sala, Marcelo e Padeceu estavam se preparando para ir trabalhar, quando eles começam a conversar.
Marcelo: Sabe, senhor Padeceu, antes de vir para cá, eu e o meu filho morávamos numa cidade muito pequena, e por isso, parecia até deserta, lá eu e ele tivemos alguns relacionamentos que nos desestruturaram.
Padeceu: Aposto que é por causa que os senhores se apaixonaram pela a mulher com a qual os senhores estavam se relacionando, e depois, elas os largaram, e ainda pior, trocou os senhores por outro.
Marcelo: Por isso, que eu não gosto de conversar com o senhor, o senhor sempre acerta o que eu iria falar. Agora, chega de conversa, e vamos trabalhar!
Padeceu: Vamos começar, enfim, o nosso dia!

Na rua, Gabriela está esperando Marcelo procurá-la. Um mendigo, seu amigo, vem até ela, e fala:
Mendigo: Gabriela, à senhora está esperando por alguém?
Gabriela: Sim, eu estou esperando pelo o Marcelo, ele combinou comigo que viria aqui, para escutar o que eu tenho pra falar para ele.
Mendigo: E o que é?
Gabriela: Ainda é surpresa!

Em São João D' Acre, padre Reginaldo leva Neusa até à igreja, quando chega na porta da igreja, Neusa interrompe o andar do padre.
Neusa: Para onde o senhor está me levando e para fazer o quê?

Termina mais um capítulo de As cruzadas. Amanhã, mais um capítulo às 17:15.